O rapper e empresário Sean “Diddy” Combs, de 55 anos, chegou à reta final de seu polêmico julgamento por crimes de associação criminosa e tráfico sexual nos Estados Unidos.

Durante os argumentos finais desta quinta-feira (26), a promotora Christy Slavik foi contundente ao afirmar que o artista usou “poder, violência e medo” para comandar uma rede criminosa com ramificações em sua carreira musical e empresarial.

Segundo a acusação, Diddy liderou por décadas um esquema estruturado, sustentado pelo silêncio das vítimas e pela proteção de aliados leais, para cometer crimes como exploração sexual, trabalho forçado, prostituição e manipulação de testemunhas.

Slavik destacou que este não é um julgamento sobre práticas sexuais não convencionais, mas sim sobre abuso, coação e degradação. “As mulheres não estavam ali por livre e espontânea vontade.

Elas estavam drogadas, cobertas de óleo, exaustas e com dor”, frisou a promotora ao relatar as orgias que, segundo o processo, envolviam acompanhantes pagos e vítimas sob efeito de entorpecentes.

O caso teve como ponto de partida as acusações da cantora Cassie Ventura, ex-namorada de Diddy, que o processou em 2023 por agressão sexual e estupro, ação posteriormente encerrada após acordo financeiro.

Mesmo assim, outras mulheres surgiram com relatos semelhantes, consolidando o processo que pode levar o magnata do hip hop à prisão perpétua.

A promotoria apresentou ao longo de sete semanas depoimentos de 34 testemunhas, milhares de mensagens de texto, áudios e vídeos de conteúdo explícito, além de registros financeiros e provas documentais.

Por outro lado, a defesa insiste que as relações foram consensuais e que as denúncias fazem parte de uma campanha de vingança ou busca por dinheiro. Diddy, que decidiu testemunhar, negou todas as acusações.

O julgamento entra agora na fase decisiva.

Após o encerramento dos argumentos, o júri se reunirá para deliberar. Caso seja considerado culpado, o rapper poderá passar o resto da vida atrás das grades, encerrando a trajetória de um dos artistas mais influentes da música mundial sob a sombra de crimes graves.